
lançamento do livro “cada” de bruno brum

epopéia de zumbi
(nei lopes)
e de repente
era um, eram dez, eram milhares
sob as asas azuis da liberdade
nascia o estado de palmares
mas não tardou
e a opressão tentou calar não conseguiu
o brado da vida contra a morte
no primeiro estado livre do brasil
forjando ferro de ogum
plantando cana e amendoim
dançando seus batucajes
pilando milho e aipim
fazendo lindos samburás
amando e vivendo enfim
durante cem anos ou mais
palmares viveu assim
e a luta prosseguia
contra a ignorância, a ambição
até que surgiu zumbi
nosso deus, nosso herói, nosso irmão
ciente de que nenhum negro ia ser rei
enquanto houvesse uma senzala
ao invés de receber a liberdade
zumbi preferiu conquistá-la
e depois de mais três anos de guerra
o punhal da traição varou zumbi
foi a vinte de novembro
data pra lembrar e refletir
e hoje trezentos anos depois
um brado forte e varonil
ainda vem de pernambuco e alagoas
e se espalha pelo céu desse brasil
folga negro de angola
que ele não vem cá
se ele vier quilombola pau há de levar
“estou muito bem no mundo, acho ele maravilhoso, me sinto atado à vida, como um gato. é a sociedade burguesa que não me agrada. é a degeneração da vida do mundo. hitler foi o típico produto da pequena burguesia. mesmo stalin é um produto pequeno burguês. eu sou pela moral contra o moralismo burguês. qual é a diferença? o moralista diz não aos outros, o homem moral o diz apenas a si mesmo.”
[io sto benissimo nel mondo, lo trovo meraviglioso, mi sento attrezzato alla vita, come un gatto. è la società borghese che non mi piace. è la degenerazione della vita del mondo. hitler è stato il tipico prodotto della piccola borghesia. anche stalin è un prodotto piccolo-borghese. io sono per la morale contro il moralismo borghese. qual è la differenza? il moralista dice di no agli altri, l’uomo morale lo dice solo a se stesso.]
mas poxa! todo mundo sabe que essas medidas, todas elas, não passam de revidações. fico chocado de ver que ninguém defende a melhoria do ensino. ninguém defende um projeto de nação. o país está há tanto tempo imerso na ignorância e na falta de conhecimento que já perdeu a referência.
por pior que esteja a situação política no país, podemos dizer que esta é uma época de otimismo: nunca a inflação esteve tão baixa e por tão longo tempo, e ela chegou ao patamar que está sem nenhum choque econômico. a petrobrás acaba de descobrir um poço de gás combustível no fundo do oceano que pode colocar o brasil no patamar dos grandes exportadores. a dívida com o fmi chegou ao fim.
estamos nos preparando para sediar uma copa do mundo depois de termos sediado um pan. agora, é hora de dar educação para as pessoas. saber é poder. é a única coisa que pode tirar o país do buraco e acabar, a curto, a médio e a longo prazo, com a violência. eu queria que esse discurso contra a violência mudasse de caráter e de foco. a educação é o que faz a força de um povo. ensinar valores, conhecimentos, lucidez.
o assunto da educação no brasil é coisa séria. ando pensando muito sobre isso e vejo que são muito poucas as pessoas que tocam no problema. nem mesmo os artistas falam nele. estão todos preocupados com soluções paliativas. por isso, não reparem, voltarei a falar muito sobre isso por aqui.
lúcido deve ser parente de lúcifer
a faculdade de ver deve ser coisa do demônio
lucidez custa os olhos da cara