áfrica, essa desconhecida

é o poeta antônio risério quem lembra a imensa dificuldade que há em se falar da áfrica. nossa ignorância sobre o assunto começa em nós mesmos. por mais óbvio que seja, sempre que falamos de coisas d’áfrica, pensamos a partir dos preconceitos e dos desvios que a história deixou. seria ocioso ficar lembrando as inúmeras vezes que falamos desse continente demonstrando profunda falta de conhecimento sobre o assunto.
recentemente incluído nos programas do ensino fundamental do mec, a história da áfrica é agora um assunto urgente e a nossa ignorância precisa acabar. nesse sentido, o livro que a editora crisálida publicou recentemente é uma lamparina no meio da escuridão. nele, os autores (uma angolana radicada no brasil e um brasileiro) demonstram extrema paixão pelo tema e se a obra peca em algum sentido, é porque o caráter introdutório não permitiu que os autores se prolongassem nos detalhes. adianto que cumpre bem o papel de história crítica.
“usualmente, associamos idéias e noções estereotipadas que constroem e são construídas por uma imagem de uma áfrica tribal, tradicional, arcaica, com negros em trajes pré-industriais e armas primitivas, buscando seu alimento nas savanas. nestas representações, a áfrica aparece como distante, como separada de nós por alguns séculos. sugerem que nós, (os tupiniquins) participamos da civilização ocidental e nisso nos distinguimos dos “negros-africanos-tribais”. procuramos buscar elementos que mostrassem os limites dessa simplificação e que colaborassem para pensarmos o continente em outros moldes.”

é o que os autores dizem na introdução à introdução. de minha parte, gostaria que muitas coisas ainda neste mundo começassem a ser pensadas em outros moldes. mas se começarmos apenas por esse, já será um grande começo.

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