Arquivo da categoria: não-fascista

Revista Olympio | Literatura e Arte

Já está circulando desde maio a revista literária independente Olympio. O projeto foi idealizado por Maria Esther Maciel, que formou com José Eduardo Gonçalves, Julio Abreu e Maurício Meirelles. A ideia é de fortalecer a transversalidade, publicando (como aparece neste primeiro número) o trabalho ensaístico, poético, ficcional, bem como trabalhos em artes visuais. Merece destaque especial o “Retrato”, escrito por Joselia Aguilar sobre a obra fotográfica de Maureen Bisilliat. Também aparecem, entre as artes visuais, os trabalhos de Eustáquio Neves, Leonora Weissmann e Julia Panadès.

O número está belíssimo, com poemas de Edimilson de Almeida Pereira, Letícia Féres, Simone de Andrade Neves. Ensaios de Iris Monteiro, Maria Angélica Melendi, Eliane Robert Moraes e Douglas Diegues. E mauita coisa mais que não vou citar aqui a exaustão.

Colaboro neste número também. Neste caso, com a tradução de um delicioso texto de Georges Perec, com o título: “Notas referentes aos objetos que estão sobre a minha mesa de trabalho”.

A revista está sendo distribuída pela Autêntica. Querendo saber mais informações sobre como adquiri-la, o link é aqui: Revista Olympio | Literatura e Arte – 01

Revista Polichinello #17 ─ Por uma vida não-fascista

Revista Polichinello nº 17 - Por uma vida não-fascista [http://revistapolichinello.wixsite.com/poli17]

Esta seria uma edição impressa, mas a direção foi outra, por incompatibilidade com dias tão difíceis. O cenário por aqui, de uma esfera a outra, declina por vias mais e mais sinistras. Efeito do espectro que assombra o país, vertiginoso retrocesso. Com leis e medidas em favor dos interesses mais reacionários, tudo devidamente agenciado por uma política que persegue, sem dissimular, conquistas sociais, e opera com a lógica de subtração e sequestro, com violação e exclusão, que esvaziam possibilidades, como diz o Esposito: «desonerando a vida».

Verdadeiro trabalho de resistência é a permanência desta revista Polichinello, comandada por Nilson de Oliveira. De grande importância na cena literária brasileira, tão carente de publicações do gênero, ela vem sendo mantida pela força da vontade de seus editores. Usualmente, é uma publicação impressa. Sintomático que justo no momento do crescimento de uma mentalidade fascista e conservadora, que obsessivamente se coloca contra iniciativas culturais como esta, o dinheiro necessário para sua realização tenha faltado. Nesse sentido, a coragem de manter de pé seu propósito inicial, ainda que garantindo apenas sua publicação virtual que, ainda assim, é de grande urgência.

Por uma vida não-fascista.
Neste número, se pode ler textos de René Char (com tradução de Contador Borges), Beatriz Preciado (tradução minha), Edmond Jabés (tradução de Eclair Antônio A. Filho). Poemas de Leo Gonçalves, Leonardo Gandolfi, Eduardo Sterzi, Marília Garcia. Ensaios de Élida Lima, Michel Foucault, Carolina Villada Castro. E tantas coisas mais!

Por uma vida não-fascista. Sim, é disso que precisamos. Não deixar que o monstro domine os cérebros vazios.

Quem quiser ler, é lá no: http://revistapolichinello.wixsite.com/poli17