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O negro, a flor e o rosário

foto: Michelle Campos

Está em cartaz no Teatro do Izabela Hendrix o espetáculo cênico-musical “O negro, a flor e o rosário”. Nele, são contadas poéticas histórias da presença do negro no Brasil, com uma África sempre mítica, uma poderosa mãe que proporciona a esperança aos que foram levados pra longe, que atravessaram o Calunga Grande (o mar). Personagens como Zumbi, Dandara, o Saci e muitos outros aparecem para rechear de beleza o imaginário referente ao negro no Brasil.

“O negro, a flor e o rosário” é uma criação de Maurício Tizumba e Vítor Alvim. Faz parte da programação da 36ª Campanha de Popularização do Teatro. No seu elenco: Benjamin Abras, Julia Dias, Elisa de Sena, Tásia D’Paula, Eneida Silva, Maíra Baldaia, Simone Meireles, Josi Lopes, Ana Luisa Moreira e Viviane Moreira.

O espetáculo está em cartaz de quinta a sábado (às 21h) e aos domingos (às 20h) até o dia 24 de janeiro.

Retour au pays de Patrick Acogny

Este ano o FAN – Festival de Arte Negra aconteceu em situação mais ou menos periférica. Digo mais ou menos porque a programação estava bonita, com convidados ilustres e competentes. As instalações bem feitas e bem organizadas, com dois grandes palcos e um Ojá (mercado em yorubá). Periférica porque foi empurrado para a orla da Lagoa da Pampulha. Embora bonito, um lugar fora de mão, com poucos ônibus. Difícil para quem não estivesse de carro e quisesse acompanhar a festa até mais tarde. Todo o mérito para os organizadores, o Rui Moreira e o Adyr Assumpção que, pelo jeito, levaram na cara e na coragem. Uma pena o novo prefeito não haver percebido que o FAN é a menina dos olhos dos festivais belorizontinos.

No vídeo acima, feito pela rádio Ojá, alguns momentos do espetáculo “Retorno ao país natal”, apresentado pelo Coletivo FAN da Dança (criado especialmente para o evento) e dirigido pelo coreógrafo senegalês Patrick Acogny. Quem acompanha é o grupo Uakti em colaboração com o griot Oumar Fandi Diop. Leo Gonçalves acabou colaborando um pouco também, enviando as traduções dos poemas de Léopold Sédar Senghor, Aimé Césaire e Léon Gontram Damas que são recitados pelas dançarinas durante o espetáculo.

palavra macumba no FORUMDOC 2009

forumdoc 2009

A programação do 13º FORUMDOC.BH.2009 – está uma delícia, com destaque especial para a Mostra Cineastas Africanos que me faz brilhar os olhos. Quem quiser dar uma olhada, sugiro conhecer a página do Festival, com seu projeto visual deslumbrante.

De quebra, no catálogo, o leitor encontrará a tradução de um poema de Aimé Césaire feita por mim, o “palavra macumba“. Que, diga-se de passagem, é um dos meus favoritos.

www.forumdoc.org.br/2009/